CAMINHA | Woodstock Português

O Festival Vilar de Mouros é popularmente conhecido como o “Woodstock Português”, um festival cujo legado teve início há mais de 50 anos. Ganha popularidade na década de 70 onde foi palco não só para grandes nomes da música, mas também de pequenas revoluções de costumes que desafiaram a moral imposta pelo Estado Novo. Este é o festival de música mais antigo em Portugal, datando de 1971 a sua primeira edição. E que dura até a atualidade.

 

“Uma altura, estava a decorrer o concerto de Joe Cocker, e vi um casal com dois filhos em que os pais estavam bem mais animados do que os filhos. Às duas por três, a mãe vira-se para o filho mais velho e diz-lhe que se anime porque tinha sido concebido aqui, neste mesmo festival, em 80”, testemunha um festivaleiro, natural da região, que frequenta o Festival de Vilar de Mouros praticamente desde os primeiros certames a serem organizados.

Foi em 1965 que Vilar de Mouros recebeu o primeiro festival, organizado por António Barge, e dedicado ao folclore minhoto. Mais tarde, alargou os horizontes musicais ao fado e à música erudita, mas também à chamada música de intervenção, bastante mal vista pelo regime da altura. Para a história ficam as atuações de Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira, cujas canções “proibidas” seriam cantadas em coro pelo público.