FAFE | Ponham-se a Pau

Em Fafe, joga-se ao jogo do pau desde que há memória. Este jogo baseia-se na perícia de utilizar um pau em modo de ataque e defesa e para jogar é necessário um Pau, Vara ou Racha da altura do nariz do jogador. Existem várias modalidades e os objetivos do jogo nem sempre são os mesmos. O Jogo do Pau é uma tradição única que se mantém viva em Fafe através do Centro Cultural Recreativo Juventude Cepães (CCRJC), cuja missão é a de partilhar e manter viva esta modalidade.

 

As técnicas e regras deste jogo tradicional chegam através dos Mestres. Por sua vez, estes Mestres aprenderam a jogar com os seus Mestres, e por aí fora. Os jogadores pertencem, sobretudo, à região de Fafe, mas há quem venha de longe para aprender a jogar.

Neste momento, existem dois Mestres, com quem tivemos a oportunidade de conversar, o Mestre José Avelino e o Mestre Carlos Melo, que já praticam a modalidade há mais de 50 anos. O Mestre José Avelino contou-nos um pouco sobre a história que envolve a tradição. Diz que “quem não soubesse jogar ao pau era quase considerado um homem morto, porque isto era a única arma que havia na altura. Juntavam-se ao domingo meia dúzia de amigos para aperfeiçoar as técnicas do jogo até porque, nas feiras, havia sempre pancadaria da velha, e quem não sabia jogar ao pau levava”. Em relação à vara que utilizam no jogo, explica que “aqui, em Fafe, o jogo do pau é feito com vara de madeira de lodão, a que chamamos racha. É uma vara maleável e resistente” e, por fim, explicita o orgulho nesta tradição, afirmando que “continuamos a manter a tradição dos nossos antepassados e a ensinar à juventude aquilo que é o jogo do pau, que é, realmente, um bom desporto”. Já o Mestre Carlos Melo atenta que “o jogo do pau é uma arte muito forte em Fafe” e que “a zona Norte sempre foi a zona do jogo do pau, assim como a sua origem”.