MATOSINHOS | Cidade-Museu da obra do arquiteto

Não há adjetivos que cheguem para definir o génio de Siza Vieira, um dos arquitetos mais reconhecidos e galardoados do mundo. Para apreciar a sua obra, o melhor é traçar um roteiro no interior de Matosinhos e percorrer a cidade, admirando o legado notável e pioneiro deste homem, que nunca perdeu a ligação telúrica ao concelho que o viu nascer, em 1933.

 

É em Matosinhos que estão algumas das obras mais marcantes de Siza Vieira ou não fosse este o concelho de onde é natural o arquiteto que já ganhou tudo o que há para ganhar, a nível mundial, sendo de destacar, claro, o Prémio Pritzker de 1992, considerado como o Nobel da Arquitetura.

Na verdade, é quase impossível visitar Matosinhos sem “dar de caras” com uma obra de Siza. O roteiro poderia começar pela sua primeira obra, que projetou ainda era estudante da Escola Superior de Belas Artes do Porto. Estamos a reportar-nos a 1954 e à polémica obra de então, as “Quatro Casas”, obra na Avenida D. Afonso Henriques, que, quando concluída, três anos depois, deu muito que falar, devido ao seu arrojo para a época. Mas o certo é que ainda lá estão. São quatro habitações homogéneas, privadas e visitáveis apenas do exterior.

Estão, contudo, junto ao mar, em Leça da Palmeira, os seus trabalhos mais emblemáticos, como é o caso da Piscina da Quinta da Conceição (1958-1965) e a Piscina das Marés, uma autêntica obra de arte da arquitetura (1961-1966), monumento nacional desde 2011.