Melgaço é a cidade mais a norte de Portugal. Foi este o local que o cineasta Jean-Loup Passek escolheu para realizar um sonho: o de criar museu alusivo às artes cinematográficas e à história do cinema numa cidade pequena, rodeada de montanhas e elementos naturais. Este museu abre portas em 2005, num antigo posto fiscal, mesmo no coração da cidade. É composto por três edifícios: o museu, o arquivo e o gabinete, sendo que estes últimos têm como função a de guardar a vasta coleção que o cineasta doou ao município. Madalena Lima é a atual responsável pelo museu do cinema e atenta que “o museu tem como função primordial proporcionar cultura à sociedade”.
Jean-Loup Passek, francês, formado em história, é reconhecido por ter sido a primeira pessoa a interessar-se e a promover o cinema dos países de que não se ouvia falar na altura. É o caso do cinema português, mas não só: na sua coleção podemos encontrar obras de cinema coreano, dos países nórdicos e até da India. O seu maior objetivo era o de popularizar o cinema de todas as partes do globo, principalmente os mais desconhecidos ou ignorados. A gestora do museu orgulha-se em afirmar que “Jean-Loup Passek deu ao mundo um olhar mais abrangente sobre o cinema”. Apesar deste interesse geral no cinema, o realizador apaixonou-se por Portugal e pela cidade, na altura essencialmente rural, de Melgaço. Madalena Lima conta que “ele dizia que era francês, mas que o seu coração era português”.