Quem ouve falar em Resende pensa em uma de duas coisas: ou naquelas pequenas camionetas que usamos como transporte público ou nas deliciosas cerejas que pintam de vermelho a região. Não é das camionetas de que falamos, mas sim da cereja, a marca do concelho. Para enaltecer este fruto, a região fez questão de criar um centro interpretativo, de forma a promover a imagem de marca que é a cereja e a dar a conhecer a quem visita o concelho, tanto na época da cereja em flor, que é uma altura de beleza extraordinária a nível paisagístico, como na altura da produção.
Resende tem cada vez mais produtores e transformadores artesanais, em muito devido ao microclima duriense, que é muito favorável ao amadurecimento da cereja, e que lhe traz uma vantagem em relação às outras produtoras do país. As cerejas daqui chegam antes da primavera e estão prontas a colher entre duas a três semanas antes das do resto do país. A partir de Abril, já os agricultores estão a trabalhar nos campos: ora pendurados em árvores, ora com tratores, do alto das escadas, e lá em baixo, de pés assentes na terra, a separar a cereja boa da cereja podre. Todo este processo, do colher ao transporte, é bastante rápido e, muitas das vezes, podemos encontrar cereja colhida no dia, no supermercado.
Carla Vicente, responsável pelo Centro Interpretativo da Cereja, conta que “grande parte do retorno económico vem da produção da cereja, pois estamos numa região com elementos favoráveis à boa produção”.
O Centro Interpretativo da Cereja está localizado em S. Martinho de Mouros, numa antiga escola primária, posteriormente remodelada. Contempla uma sala de exposições permanentes e um espaço designado de “cubo de vidro” que dá acesso ao exterior, onde se poderá admirar um pomar com diferentes variedades de cereja. Este local permite ao visitante usufruir de uma vista privilegiada sobre a Serra do Barão e o Rio Douro. Em simultâneo, este edifício acolhe a sede da associação CER Resende, uma associação de produtores de cereja que tem protocolos com algumas instituições públicas que ajudam na formação e produção da cereja. Uma delas é a UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, de Vila Real. Outras instituições públicas, como o município de Resende, enveredam todos os esforços para a formação de agricultores, fornecendo as ferramentas essenciais para investimentos em algumas variedades, aproveitamento dos solos e conhecimento para combater pragas e tirar o máximo de partido, a nível de retorno económico.