As “Caves de Santa Marta” estão situadas bem no coração do Douro, em Santa Marta de Penaguião, e é uma empresa que conta já com seis décadas de história. Um projeto que começa pela necessidade agrícola, mas que, atualmente, vai muito para além da cultura do vinho e da agricultura, que transcende a cultura e que ganha um novo sentido: a arte.
A Adega Cooperativa foi constituída em 1959 por pequenos viticultores que procuravam uma forma mais fácil de comercializar o seu produto em conjunto através de uma rede de cooperação. Atualmente, o que dantes eram pequenos produtores, hoje são mais de mil associados. Este aumento exponencial de produtores e associados permite que sejam produzidos mais de seis milhões de litros por ano, sendo que metade é da qualidade de Vinho do Douro e a outra metade de Vinho do Porto. Estima-se que 80 por cento de toda a produção tenha como destino o mercado nacional e que os restantes 20% sejam distribuídos globalmente.
As caves ganham um novo intuito muito virado para o meio artístico, tendo sido consideradas, em 2019, o melhor museu na modalidade de arte na Região Norte, pelo Turismo de Portugal e do Norte e pelas capitais do vinho (Best of Wine Tourism), prémio que vigorou em 2020. Os artistas que expõem o trabalho na área museológica das Caves de Santa Marta foram convidados a fazer trabalhos nas cubas do armazém 22, que o visitante tem a oportunidade de observar nas visitas, tornando-as únicas e originais. Este armazém conta com 70 cubas personalizadas de cimento com a particularidade de estarem vidradas no interior e revestidas em azulejos. No museu são organizadas duas exposições por ano: numa delas podemos observar peças antigas e tradicionais utilizadas na cultura do vinho, que são oferecidas às caves pelos associados; na outra, alguns dos artistas cedem imagens dos seus trabalhos para utilizar nos rótulos das garrafas. Aida Borges, responsável do Turismo, atenta que “procuramos ligar a arte ao vinho e o vinho à arte, porque fazer vinho também é uma arte”.
