VILA DO CONDE | Há mar e mar… e há as Caxinas

A comunidade piscatória das Caxinas, localizada a noroeste do concelho de Vila de Conde, é considerada a maior do nosso país. Apesar da rica história que caracteriza este local, com o decorrer do tempo, verifica-se uma comunidade cada vez mais pequena. O porto deixa de ter capacidade de resposta aos novos desafios do setor da pesca e, mesmo com a promoção da atividade piscatória, cada vez se encontram menos pescadores e peixeiras a trabalhar no porto. 

 

“Os barcos descarregam aqui o peixe do dia-a-dia: faneca, carapau, pescada e algumas vezes sardinha”, testemunha Eduarda Dinis, vendedeira de peixe. “Toda a minha vida andei nisto, vinha aqui já com os meus avós e com os meus pais”, recorda. Entristece-lhe a diferença que nota em relação ao passado e à atualidade: “cada vez há menos pescadores e temos de recorrer à mão-de-obra estrangeira. Há aqui muitos barcos à espera de ordem de abate. No tempo dos meus pais e avós, quando se saía da escola primária, ia-se logo para o mar, agora não. Só dão a cédula depois dos 18 anos e tem que se ter o 12º ano de escolaridade”. Acrescenta ainda que “antigamente o pescador tinha mais filhos, agora é raro o pai que quer que o filho siga a vida do mar”.