Terra extraordinariamente bela e florida que deslumbrou D. Dinis e que seguramente o inspirou em muitas das suas composições poéticas, Vila Flor mantém ainda uma pequena parte da muralha e castelo medievais, mandados erigir pelo poeta, o Arco de D. Dinis.
Capital do Azeite, no coração da Terra Quente Transmontana, a sul do Distrito de Bragança, Vila Flor conta com cerca de 7 mil habitantes, distribuídos por 14 freguesias, numa área total de 272 quilómetros quadrados. Mas, além do azeite, produção que está na base da economia local, há outra característica fundamental que marca a vila: a sua inigualável beleza natural.
Aliás, a paisagem extraordinariamente florida encantou a tal ponto D. Dinis, que o rei achou por bem mudar-lhe o nome para… Vila Flor!
Até ali, o povoado denominava-se Póvoa d’Álem Sabor e terá sido fundado na altura da reconquista cristã da Península Ibérica, no século XI, no âmbito da filosofia de repovoamento de Castela, como de resto o seu topónimo parece indicar: “povoação a sul do rio Sabor”, tomando como sentido de orientação o reino de Castela. Rendido aos encantos que se estendiam perante os seus olhos, o monarca poeta, que deixou cantigas como “Ai, flores, ai, flores do verde pino”, num gesto de ternura e carinho, quando por ali passou, decidiu rebatizar estas terras, no ano de 1286, concedendo foral a Vila Flor. Reza a tradição local que, quando da sua passagem, indo receber a sua noiva, D. Isabel, o soberano ficou impressionado com a sua exuberância da paisagem e a variedade das flores campestres. O topónimo “Vila Flor” é referido documentalmente, pela primeira vez exatamente no Foral, elevando a povoação a vila, a 24 de Maio de 1286.