VILA NOVA DE CERVEIRA | A Vila das Artes

A 5 de agosto de 1978 começava a primeira edição de uma exposição coletiva de arte numa pequena vila do Alto Minho de que muitos do outro lado do país nunca tinham ouvido sequer falar. Era diretor da mostra o pintor Jaime Isidoro e estiveram presentes, entre 134 artistas, Vieira da Silva, Paula Rego, Henrique Silva, Manuel Cargaleiro, Nadir Afonso e Amadeo Sousa Cardoso.

 

Se nada surge do acaso, também é verdade que os grandes acontecimentos são fruto normalmente de várias sinergias de parcerias de pessoas empenhadas num determinado objetivo. Foi mais ou menos assim que surgiu a Bienal de Cerveira, sem dúvida o mais importante certame de arte nacional e, inclusivamente, uma das referências do mundo das artes da atualidade.

Não foi por acaso que 134 artistas se juntaram na pequena localidade de Vila Nova de Cerveira. Antes disso, um grupo mais restrito (o Grupo Alvarez e o pintor Jaime Isidoro), na sequência da recente liberdade conquistada em abril de 74 tinha organizado os Encontros Internacionais de Arte, de 1974 a 1977, em várias cidades portuguesas, entre as quais Viana do Castelo. Era, na altura, presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira Lemos Costa, um engenheiro consciente do valor da interferência da arte no desenvolvimento social, que entrou em contacto com Jaime Isidoro no sentido de se realizar no município do Alto Minho a quinta edição destes encontros. Nasceu como “Gala da Arte Portuguesa e Estrangeira”, de 5 a 12 de agosto de 1978 e levou, até ao final do mês de agosto, a arte para as ruas e vários edifícios fechados da vila. Estava lançada a I Bienal de Cerveira.