VILA REAL | O negro símbolo transmontano

Considerado património imaterial da Unesco em 29 de novembro de 2016, o barro negro assume o nome da terra dos seus artífices, Bisalhães, naturalmente. No entanto, já não são muitos os oleiros que a trabalham e que mantêm viva esta tradicional atividade da pequena aldeia vila-realense, um dos maiores símbolos de toda a região transmontana, que esteve em destaque a representar o nosso país, na Expo Dubai 2021.

 

Outrora eram às dezenas e a Estrada Municipal que atravessava o Marão, ao desaguar na capital transmontana, era uma verdadeira montra viva da arte de Bisalhães. Eram várias dezenas de artesãos, pela berma, a expor e a vender o barro negro. E, claro, muitos automobilistas que paravam para ver, admirar e comprar.

Hoje, todavia, não é assim. Fruto do progresso, das melhores vias de acesso, já praticamente ninguém usa a antiga “estrada do Marão” para chegar e sair de Vila Real. O resultado para este artigo, que é património imaterial da humanidade, foi nefasto: calcula-se que apenas resistam cinco ou seis artífices, quase todos com mais de 80 anos de idade!